Deputados cobram compensação a estados por perdas com a Lei Kandir
Todo os anos, os parlamentares buscam negociar com o governo a
inclusão, no Orçamento seguinte, de uma compensação pelas perdas que os
estados sofrem com a retirada do ICMS dos produtos destinados à exportação. Isso porque, em 1996, a chamada Lei Kandir (Lei Complementar 87/96)
determinou a retirada de impostos sobre esses produtos. Para resolver a
questão de uma vez, o deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), apresentou a
Proposta de Emenda à Constituição 190/12, que prevê a compensação imediata.
A PEC obriga a União a repassar aos estados 40% da arrecadação do Imposto sobre Produção Industrial (IPI)
incidente sobre as importações e do Imposto de Importação. Os
municípios ficariam com 25% disso. O repasse seria limitado ao valor da
perda real sofrida pelo estado.
O secretário de Fazenda do Maranhão, Cláudio José Santos, afirma que
os estados vêm reduzindo os ressarcimentos de créditos para as empresas
exportadoras para diminuir perdas. "E o que se percebe nos últimos anos é
uma redução significativa do ressarcimento feito por parte do governo
federal, o que vem prejudicando as finanças públicas dos estados. Isso
traz uma consequência muito complicada porque, a partir do momento em
que há uma redução dos ressarcimentos, os estados, automaticamente,
também reduzem a concessão e a liberação dos créditos para os
exportadores. Ou seja, existe um efeito cascata."
R$ 4 bi por ano
De acordo com Sandro Mabel, atualmente a União ressarce apenas 17% das perdas dos estados, ou cerca de R$ 4 bilhões por ano.
De acordo com Sandro Mabel, atualmente a União ressarce apenas 17% das perdas dos estados, ou cerca de R$ 4 bilhões por ano.
O deputado Alceu Moreira (PMDB-RS) afirma que somente o seu estado
perde R$ 2 bilhões. "Os estados exportadores, normalmente, por não terem
compensação, por terem desonerado o tributo, acabam perdendo o
interesse nas plantas industriais para a exportação e fazem leis de
incentivo ao mercado interno, o que para a balança comercial brasileira
não é bom. É bom que nós tenhamos um equilíbrio das nossas contas, no
mínimo vendendo um pouco mais do que comprando."
Tramitação
O deputado Alceu Moreira é o relator da PEC na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e já apresentou parecer pela sua admissibilidade. Se for aprovado, será criada comissão especial para analisar o mérito da proposta, que, depois, será votada em dois turnos pelo Plenário.
Tramitação
O deputado Alceu Moreira é o relator da PEC na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania e já apresentou parecer pela sua admissibilidade. Se for aprovado, será criada comissão especial para analisar o mérito da proposta, que, depois, será votada em dois turnos pelo Plenário.
Agência Câmara de Notícias
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