Reunião do CRH discute ações de combate à seca em Pernambuco
A
preocupação com a forte estiagem que atinge diversos municípios em
Pernambuco foi o tema que dominou as discussões durante a XXVI reunião
ordinária do Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CRH) realizada na
quarta-feira (17.10). Mais de 50 pessoas estiveram presentes, entre
conselheiros titulares e suplentes e convidados.
Presidente
do CRH, o secretário estadual de Recursos Hídricos e Energéticos, José
Almir Cirilo, fez uma apresentação geral de todas as ações empreendidas
para o combate à estiagem pela secretaria da qual é titular. Cirilo
destacou não só as ações estruturadoras que ficarão prontas num prazo
maior, mas também as ações de caráter emergencial que precisaram ser
realizadas.
Entre
as ações estruturadoras, o secretário enfatizou um pacote de recursos
no projeto chamado de PAC Secas, no valor de R$ 660 milhões que
está sendo negociado pelo estado junto ao governo federal. Destacou
também investimentos feitos através do Dnocs nos ramais da Adutora do
Oeste e Adutora do Pajeú.
Almir
Cirilo também revelou que mais de 1.000 poços foram vistoriados,
visando a recuperação ou instalação de equipamentos de dessalinização.
Atualmente, 200 novos equipamentos estão sendo licitados e outros 150
serão recuperados. Para o secretário esse tipo de investimento é
fundamental porque não há outra forma viável de garantir água para as
populações difusas. “Manter um dessalinizador operando representa um
custo de 800 reais por mês. Mas, esse equipamento deve ser considerado
essencial para o combate à seca”, declarou.
O
diretor presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC),
Marcelo Asfora, foi convidado à reunião para apresentar a situação
climática do estado, além das medidas tomadas pela Agência, sobretudo em
relação ao monitoramento climático e dos reservatórios. “O estado
investiu 5 milhões de reais em equipamento de monitoramento. Hoje 90% da
capacidade de acumulação de água em Pernambuco está em reservatórios
monitorados”, destacou.
Outros
órgãos do governo estadual também fizeram uma apresentação sobre ações
realizadas e desafios enfrentados devido à estiagem. A gerente de
negócios da Compesa, Simone Albuquerque, mostrou o panorama geral da
situação do abastecimento de água nos municípios atingidos, explicando
também as obras e medidas adotadas em cada caso.
Representando
a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe), o
tenente-coronel Cássio Sinomar destacou a realização de ações como a
distribuição de filtros de barro e de caixas d’água que foram realizadas
emergencialmente para amenizar os problemas causados pela estiagem. A
secretaria de Agricultura e Reforma Agrária também esteve presente
explicando as medidas de auxílio ao homem do campo neste período de
falta de chuvas.
Outros assuntos
Na
pauta da reunião também foram discutidos assuntos como a atualização do
Plano Estadual de Recursos Hídricos (PERH) que foi elaborado em 1998. O
diretor presidente da APAC, Marcelo Asfora, explicou que uma licitação
será realizada para contratação de uma empresa que ficará responsável
pelo trabalho de revisão e atualização do documento. Uma comissão foi
formada para acompanhar o trabalho, visto que o novo Perh terá que ser
submetido à aprovação do Conselho.
O
Comitê da Bacia Hidrográfica do Capibaribe (COBH/Capibaribe) trouxe à
reunião a necessidade de discussão da normatização da extração de
retirada de areia em leitos secos de rios intermitentes. Com o reforço
de um vídeo apresentado a todos os conselheiros, o presidente do
COBH/Capibaribe, Ricardo Braga, mostrou casos em que a retirada de areia
no leito seco de rios afeta os aspectos de conservação da água.
A
aprovação de novos projetos de parques urbanos ambientais com
financiamento do Fundo Estadual de Recursos Hídricos (Fehidro) também
foi colocada em votação por sugestão da APAC, com aprovação dos
conselheiros presentes.
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