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UPAs: Dois anos entre o céu e o inferno

Unidades tiveram grande importância no atendimento de usuários do SUS, 
mas especialistas apontam problemas que devem ser solucionados com urgência.
Unidades apresentam alguns problemas, como escalas de médicos incompletas / Foto: Igo Bione/JC Imagem
Unidades apresentam alguns problemas, como escalas de médicos incompletas
Foto: Igo Bione/JC Imagem

Em dois anos de funcionamento, as cinco Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) instaladas no Recife pelo Estado ajudaram a diminuir a demanda para os serviços municipais de urgência da capital, numa escala de 3% a 20%, com impactos diferentes nos serviços. Mas técnicos da Secretaria de Saúde do Recife observam que passada a fase de novidade, já em 2012, as policlínicas tradicionais voltaram a recuperar demanda, o que está sendo atribuído a um provável retorno do público que tinha migrado para as novas estruturas estaduais.

“Percebemos pessoas que vêm às policlínicas porque as UPAs não fornecem remédio para uso em casa”, avalia a gerente de Atenção Ambulatorial e Assistência Hospitalar do Recife, Flávia Vila-Chan. Segundo ela, mesmo com a redução inicial de demanda provocada pelas UPAs em alguns serviços, a lotação ainda é intensa, uma vez que recorrem a policlínicas da capital pessoas de outras cidades. O secretário de saúde do município, Humberto Antunes, reconhece o valor das UPAs, mas verifica a falta de comunicação com os serviços municipais, ponto fundamental quando se trata de Sistema Único de Saúde (SUS).

“Algumas são regulares e outras são péssimas. Além de não fornecerem medicamentos para tratamento em casa, as UPAs nem sempre têm escalas completas nas 24 horas, principalmente de ortopedistas. Também faltam especialidades como geriatra e ginecologista”, avalia Rildo Fernandes da Cunha, representante de usuários do SUS no Conselho de Saúde do Recife. Ele observa também outro problema quando a UPA não consegue fechar o diagnóstico. “As unidades deveriam ter serviço conveniado para encaminhar diretamente o doente para um ultra-som, por exemplo.”

Carlos Freitas, representante dos usuários no Conselho Estadual de Saúde, aponta outras fragilidades das UPAs: demora na transferência do doente a outro serviço quando ele precisa de internamento, cirurgia ou UTI, e o direito à assistência negado quando o cidadão não é atendido sob a alegação de que seu problema deve ser resolvido pelo posto de saúde.

“Mas quando não tem médico no posto, ele vai recorrer a quem se a doença está se agravando?”, questiona. Para Freitas, as unidades de pronto-atendimento foram criadas para triagem e muitas vezes funcionam como barreira, retardando o atendimento que deveria ser feito nos grandes hospitais.

Na porta das UPAs as opiniões se dividem. Todos são favoráveis à descentralização das urgências. Há quem elogie o pronto-atendimento terceirizado enquanto outros já se cansaram de rodar de unidade a unidade, deparando-se com limitações. A comerciante Audeíze Neves, moradora da Linha do Tiro, Zona Norte, deixou de pagar plano de saúde para a filha de 8 anos quando foi inaugurada a UPA de Nova Descoberta, bairro perto de sua comunidade. No entanto, aprendeu que nem sempre pode contar com a unidade. “Nas duas vezes que precisei de pediatra para a minha filha fui bem atendida. Mas, quando acompanhei um amigo e eu mesma necessitei de ortopedista, tive que recorrer a outro serviço porque não havia um de plantão à noite”, comenta.

Na capital, as cinco UPAs existentes abrangem os distritos três (Nova Descoberta), na Zona Norte, quatro (Caxangá e Torrões), na Zona Oeste, e seis (Imbiribeira e Ibura). Uma sexta unidade está sendo construída no bairro do Arruda, o que dará suporte aos distritos dois, Zona Norte, ao longo da Avenida Beberibe e proximidade de Olinda, e um, área Central.

A secretária-executiva de Assistência à Saúde do Estado, Tereza Campos, aponta, por sua vez, pontos positivos das UPAs. “O acesso do cidadão à saúde melhorou muito. São mais de 12 mil atendimentos ao mês (300 a 450 diários) por UPA e o índice de satisfação de usuários vai de 80% a 100%”. Alega que a espera reclamada tem a ver com a assistência que a gravidade do caso requer e que o encaminhamento a outro serviço não pode ser feito sem a regulação do Estado, “fundamental na organização da rede”.
Ela afirma que todas as UPAs terão suporte permanente para remoções de casos graves. Sobre a não distribuição de remédio para tratamento em casa, diz que as unidades têm que fornecer a medicação nos finais de semana e prometeu apurar o descumprimento.

Fonte: JC

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