Parlamentares pedem ao MPF que investigue Lula e a construtora Delta
Nesta quarta-feira, o PSDB solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) que indícios de desvio de dinheiro público encontrados pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira sejam investigados. O partido reclama que, das 35 empresas suspeitas de integrar o esquema ilegal da Delta Construções S.A., só seis tiveram seus sigilos bancário, fiscal e telefônico quebrados pela comissão.
A construtora é acusada de integrar a organização criminosa de Cachoeira e depositou pelo menos R$ 420 milhões na conta de empresas fantasmas - dinheiro que, segundo o PSDB, pode ter sido usado para financiar campanhas políticas e bancar a corrupção de agentes públicos.
Segundo o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), foi entregue ao MP “farto material de prova que nós colhemos em empresas que tiveram sigilo quebrado.” O partido encaminhou também dados sobre “as empresas que não foram investigadas porque não tiveram os sigilos quebrados, que receberam recursos da Delta sem realizar obras, sem vender produtos, sem prestar serviços, ou seja, empresas laranjas utilizadas para o desvio de dinheiro público”.
Lula no mensalão
Em outra iniciativa, cinco deputados e senadores do PPS e PSDB pediram que seja investigada a suposta participação do ex-presidente Lula no caso conhecido como mensalão.
O pedido se baseia na teoria jurídica "do domínio do fato", que diz o seguinte: se alguém tem o poder de mandar parar a realização de um crime mas não o faz, esse chefe é tão culpado do crime quanto quem colocou a mão na massa.
Oposição sem pauta
Para o líder do PT na Câmara, deputado Jilmar Tatto (SP), as duas representações oposicionistas no Ministério Público Federal são ações políticas.
Leonardo Prado
Já em relação ao ex-presidente Lula, Jilmar Tatto afirma que a oposição também ficou dividida. “[O pedido] me parece desfocado, mas se eles acham que tem que mandar para o Ministério Público, que mandem. Mas todo mundo sabe da honradez, do bem que o presidente Lula fez para o Brasil. Parece-me que não vai ter nenhuma repercussão isso.”
Os dois pedidos de investigação serão avaliados pela Procuradoria Geral da República. Se aceitos, vão gerar novas investigações. Se entender que há provas contra os envolvidos, o procurador-geral faz a denúncia à Justiça.
Reportagem – Ginny Morais/Rádio Câmara
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