China deve acabar com campos de trabalho forçado, diz imprensa
A imprensa estatal chinesa informou nesta segunda-feira que a China
estuda acabar com os campos de trabalho forçado, usados para punir
criminosos que cometeram delitos de menor caráter ofensivo. A medida
seria a primeira das propostas pelo futuro presidente Xi Jinping.
Segundo a emissora de televisão estatal CCTV e a agência de notícias
Xinhua, a proposta é estudada pela cúpula do governo e deverá ser
aprovada pelo Comitê Permanente do Partido Comunista, que tem a função
de Parlamento no país.
Citando o novo chefe do Comitê de Relações Políticas e Legais, Meng
Jianzhu, o sistema, que é chamado de "reeducação através do trabalho"
deverá ser modificado. Aplicados desde 1950, os campos de trabalho
forçado são o destino de alguns suspeitos que não passaram por
julgamento.
Os internos são obrigados a trabalhar por até quatro anos sem terem
passado pelos tribunais. Críticos do sistema dizem que, além dos crimes
de menor potencial ofensivo, os campos abrigam também presos políticos e
grupos espirituais, como o Falun Gong.
Segundo a ONU, pelo menos 190 mil pessoas estão detidas em 320 centros
em todo o país. O canal CCTv informa que 310 mil pessoas estão presas
nas instalações, que empregam mais de 100 mil pessoas.
A medida deverá ser votada pelo Comitê Permanente no chamado Congresso
Nacional do Povo, evento anual que em 2013 acontece em março. Na
ocasião, Xi Jinping também será empossado presidente, assim como outros
membros do partido em seus respectivos cargos.
RETIRADA
Horas depois de revelar a informação, a CCTV retirou o texto em que
comentava sobre o assunto, assim como a Xinhua. No entanto, foi mantido o
tuíte sobre o tema na conta do Twitter da agência em inglês.
Inicialmente, a notícia sobre o fim dos campos de trabalho forçado foi
publicada pelo jornal estatal "People's Daily". Questionado pela
Reuters, o Ministério da Justiça não respondeu sobre o tema.
O site da influente revista Caixin também noticiou os comentários de
Meng, feitos durante uma reunião do comitê. Não havia mais detalhes
disponíveis na reportagem.
Meng, que também é o ministro da Segurança Pública, assumiu o órgão
responsável pela lei e ordem após o 18o Congresso do Partido Comunista,
em novembro.
Folha de SP
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