Apesar do aparente recuo, projeto dos viadutos da Agamenon Magalhães continua sendo tocado pelo Estado
Roberta Soares
Do JC
Do JC
O governo de Pernambuco continua tocando o projeto de construção de
quatro viadutos transversais à Avenida Agamenon Magalhães, pulmão viário
do Recife. Embora o governador Eduardo Campos, antes das eleições
municipais, e o prefeito eleito do Recife, Geraldo Júlio, segunda-feira,
tenham afirmado que poderão rediscutir a proposta, a construção dos
elevados tem seguido os trâmites administrativos previstos na Secretaria
das Cidades. Nada mudou. O projeto executivo e o plano de circulação
estão sendo desenvolvidos pelo consórcio vencedor da licitação, a JM
Terraplenagem e Construções e a Construtora Cidade. E, em no máximo 15
dias, os estudos técnico ambiental (Epa) e de impacto de vizinhança
(EIV) deverão ser totalmente finalizados e encaminhados à CPRH.
O projeto do governo do Estado prevê a construção de quatro viadutos
na Agamenon Magalhães com o propósito de permitir a implantação de um
corredor de Bus Rapid Transit (BRT), batizado de Corredor Norte-Sul, que
ligará os extremos da Região Metropolitana. Os elevados farão parte da
segunda etapa do Norte-Sul, iniciando no Shopping Tacaruna e seguindo
até o Terminal de Integração Joana Bezerra. Todo o corredor terá 37,9 km
de extensão e os quatro viadutos ficarão centrados entre os bairros do
Parque Amorim e da Ilha do Leite, compreendendo uma extensão de 2,2 km.
“Estamos aprimorando nosso projeto. O objetivo é fazer o melhor para a
cidade. Estamos aguardando o resultado dos estudos e reabrimos a
discussão com a sociedade, por meio de um grupo técnico restrito,
formado por arquitetos, urbanistas, engenheiros e professores da área,
para quem fizemos uma apresentação detalhada. Entregamos os estudos de
tráfego e agora eles estão debruçados para apresentar sugestões.
Buscamos um consenso”, explicou o secretário executivo de mobilidade de
Pernambuco, Flávio Figueiredo.
Apesar do discurso agregador, o secretário confirmou que o Estado
está deixando tudo pronto para quando o processo em discussão com o
grupo técnico chegar ao fim e os estudos de impacto forem concluídos. “O
governo do Estado está convicto de que deve fazer o corredor de BRT. O
problema é o caos que acontecerá quando ele for implantado e tirarmos
duas das 12 faixas de carros. Precisamos encontrar uma solução para esse
problema. Estamos deixando tudo pronto para quando a decisão for
tomada” afirmou.
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