Valério afirma que BB cobrava 'pedágio' de agências para o PT, diz jornal
Entre 2003 e 2005, 2% dos contratos com as agências -entre elas a DNA
Propaganda, de Valério- eram enviados para o caixa do PT, informa o
jornal. O repasses podem ser superiores a R$ 400 milhões em contratos
entre agências e banco. Isto indica que os desvios podem ser maiores que
levaram a condenação a 40 anos de prisão do publicitário no STF
(Supremo Tribuna Federal). Segundo as investigações, a Procuradoria
rastreou quase R$ 74 milhões em desvios do Fundo Visanet, que integrava o
BB.
O Banco do Brasil afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não irá comentar o caso.
"O Banco do Brasil informa que prestou todas as informações solicitadas
às autoridades competentes pela investigação dos fatos, assim como
realizou auditoria interna e encaminhou a conclusão ao Supremo Tribunal
Federal. Todas as agências de publicidade que atendem o Banco do Brasil
são contratadas por licitação", segundo nota do banco.
Ontem, o "O Estado de São Paulo" também informou que no mesmo depoimento
Valério disse à Procuradoria que o esquema do mensalão ajudou a pagar
despesas pessoais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003.
REVELAÇÕES DE VALÉRIO
O empresário, segundo o jornal "O Estado de São Paulo", afirma ainda que
o ex-presidente Lula deu aval para os empréstimos que serviriam de
pagamentos a deputados da base aliada.
Isso teria ocorrido em reunião no Palácio do Planalto com a presença do
ex-ministro José Dirceu e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares.
Dirceu teria dito que Delúbio, quando negociava, falava em seu nome e no
de Lula. Procurado pelo jornal, o advogado de Dirceu negou a acusação.
Em setembro passado, Valério havia procurado o procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, afirmando ter novas informações a apresentar
sobre o caso do mensalão.
De acordo com o que a Folha apurou, um depoimento do empresário
mineiro foi prestado na ocasião às procuradoras Raquel Branquinho e
Cláudia Sampaio --esta última mulher de Gurgel.
Uma possível estratégia de Valério seria buscar, com eventuais novas
informações, a sua inclusão no programa de proteção a testemunhas, o
que, na prática, poderia reduzir a sua pena no julgamento do Supremo. A
redução da pena não evitaria sua condenação, mas, por exemplo, poderia
livrá-lo do regime fechado na prisão.
O empresário foi condenado a mais de 40 anos por formação de quadrilha,
corrupção ativa, peculato e lavagem de dinheiro. Como a soma supera oito
anos, o empresário deve cumprir parte da pena em regime fechado.
No mesmo depoimento, Valério teria dito que os R$ 4 milhões pedidos por
seus advogados para defendê-lo no processo foram pagos pelo PT. Segundo
ele, essa foi a única "contrapartida" por sua participação no mensalão.
AMEAÇAS
No fim de setembro, o STF recebeu um fax, assinado pela defesa do
empresário Marcos Valério, pedindo para ser ouvido e relatando correr
risco de vida.
Ao receber o recado, o presidente da corte, ministro Carlos Ayres Britto, determinou sigilo e encaminhou o documento ao relator do caso, Joaquim Barbosa.
Ao receber o recado, o presidente da corte, ministro Carlos Ayres Britto, determinou sigilo e encaminhou o documento ao relator do caso, Joaquim Barbosa.
O STF confirmou ter recebido a mensagem, mas não divulgou o conteúdo, quem assinou, nem mesmo em que data a mensagem chegou.
Valério teria dito, em seu depoimento à Procuradoria-Geral, que o diretor do Instituto Lula e amigo do ex- presidente, Paulo Okamotto, teria o ameaçado de morte, caso ele "contasse o que sabia". Segundo o empresário, Okamotto o teria procurado por ordem de Lula.
Valério teria dito, em seu depoimento à Procuradoria-Geral, que o diretor do Instituto Lula e amigo do ex- presidente, Paulo Okamotto, teria o ameaçado de morte, caso ele "contasse o que sabia". Segundo o empresário, Okamotto o teria procurado por ordem de Lula.
"Tem gente no PT que acha que a gente devia matar você", teria dito
Okamotto. Procurada pelo jornal, a assessoria do diretor informou que
ele responderá às acusações "quando souber o teor do documento". Com informações da Folha de São Paulo
DEIXE O SEU COMENTÁRIO