Torcidas Organizadas do Norte e Nordeste debatem sobre paz nos estádios
Avanços na defesa dos direitos do torcedor, por meio do Estatuto do Torcedor, as relações de consumo dentro do estádio, o trabalho realizado pela Comissão Nacional de Prevenção da Violência e Segurança (Consegue) nos Espetáculos Esportivos, políticas nacionais para a juventude e experiências de conscientização da paz foram amplamente debatidos nos dois dias do encontro.
O diretor do Departamento de Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte, Paulo Castilho, acredita que essa aproximação entre as torcidas é fundamental para a conscientização de que no futebol há adversários e não inimigos. “O Estatuto do Torcedor assegura direitos aos torcedores, e nós, do Ministério do Esporte, queremos conscientizá-los que eles também têm obrigações, como bom comportamento dentro e fora das arquibancadas, por exemplo. Esse movimento das torcidas é lícito, desde que utilizado para o bem, que é estimular e incentivar o time de coração”, avaliou Castilho.
Diálogo
O procurador-geral de Justiça do estado de Pernambuco, Aguinaldo Fenelon, destacou a importância de abrir o diálogo. “Esse fórum tem a finalidade de ouvir mais. É preciso dialogar para se encontrar um caminho pela paz nos estádios”, apontou o promotor.
Representantes das torcidas também apoiaram a iniciativa. Para José Pereira, torcedor do Sport e membro da Gang da Ilha, foi dado um importante passo na promoção da paz no futebol. “O importante num encontro como esse é o diálogo entre as torcidas e as autoridades. Por meio desse dialogo, vamos conseguir encontrar fórmulas de combater a violência”, avaliou. Torcedor do Náutico e integrante da Timbu Chopp, Alberto Souza avaliou como positiva a aproximação de torcidas adversárias. “É um momento importante para nós tentarmos resolver o problema da violência nos estádios”, disse.
Ao fim do encontro, todas as torcidas assinaram o “Manifesto pela Paz no Futebol”, em que se comprometeram a evitar a violência dentro e fora das arquibancadas, não provocar tumultos e respeitar o Estatuto do Torcedor, entre outros compromissos.
Trabalhos sociais
Para mostrar que a atuação do segmento não se limita às arquibancadas, representantes de torcidas apresentaram alguns trabalhos sociais que desenvolvem fora dos estádios.
Os Imbatíveis, do Vitória da Bahia, promovem frequentemente doação de sangue pelos seus membros, além da coleta e distribuição de material escolar a cada início de ano letivo em comunidades de maior vulnerabilidade social na Bahia. Já o Comando Alvi-Rubro, do CRB, de Maceió, realiza, entre outras atividades, distribuição de presentes no Dia das Crianças e no Natal, doação de camisas e distribuição de sopa para os moradores da capital alagoana, todas as sextas-feiras.
Participaram do seminário em Recife, além do diretor Paulo Castilho, o coordenador-geral de Fiscalização e Controle da SNFDT, Helvécio Eustáquio, e representantes da Secretaria Nacional da Juventude da Presidência da República, Ministério Público de Pernambuco, Tribunal de Justiça de Pernambuco, Procuradorias e Defensorias Estaduais, Secretarias de Segurança e de Vigilância Sanitária Estaduais, Secretarias Estaduais de Esporte e Lazer e Federações Estaduais de Futebol.
Leandro Galvão, de Recife
Foto: Leandro Galvão
Ascom – Ministério do Esporte
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