Gerlane Lops e Belo Xis são os homenageados do Carnaval do Recife 2019
A
diversidade cultural faz parte do DNA do Carnaval recifense e, neste
ano, dois ícones do samba serão os grandes homenageados da festa de Momo
na capital
pernambucana. O prefeito Geraldo Julio anunciou nesta segunda-feira (7)
a homenagem a velha guarda e a nova geração de sambistas, a partir dos
nomes dos cantores Belo Xis e Gerlane Lops. Para representar o gênero,
no Recife são mais de 20 blocos e escolas
de samba que realizam ensaios nas prévias e desfilam no período
momesco, exaltando uma tradição que data da década de 1930.
Para
o prefeito Geraldo Julio, os homenageados simbolizam a relação do
recifense com o samba. A cidade é considerada o terceiro maior polo do
gênero no
Brasil. "Esta é uma homenagem importante e começamos muito bem o nosso
Carnaval de 2019. A homenagem a Gerlane Lops e Belo Xis é também uma
reverência ao samba. A população curte muito e gosta muito do samba e
esses dois ícones representam muito bem este sentimento
na nossa cidade", afirmou o prefeito.
Bastante
emocionada com o reconhecimento, a cantora Gerlane Lops agradeceu a
homenagem prestada pela Prefeitura. Para ela, o gesto fortalece o ritmo
na
cidade. "Acho que o ritmo precisava dessa homenagem. A gente consegue
colocar dentro do samba que é feito aqui as nossas origens e fazer uma
boa mistura, cada um com seu swing. O mais importante é o povo, que eu
acho que ficará feliz com essa homenagem", comentou
Gerlane, que tem 27 anos de carreira.
Com
45 anos de estrada no samba, o cantor Belo Xis também se emocionou com a
homenagem. "Agora é esperar que o Carnaval chegue logo para curtir este
momento
maravilhoso", afirmou. Na leitura dele, este será um momento para
valorizar ainda mais o ritmo na cidade. "O samba já é um gênero muito
forte dentro da nossa cidade e, agora, vai ser ainda mais", destacou
Belo Xis.
A
história do samba no Recife vem de longa data. Os primeiros registros
datam da década de 1930, mesma época do surgimento das escolas de samba
do Rio
de Janeiro. As primeiras referências do samba de escolas encontram-se
no bairro de Casa Amarela, na batucada o Bando da Noite, mais tarde
chamada Escola de Samba Quatro de Outubro. Hoje há diversas agremiações e
grupos percussivos na Imbiribeira, Afogados,
São José, Bomba do Hemetério, Areias, Joana Bezerra e Santo Amaro.
No
Recife, o samba é a base de dois tipos de grupos carnavalescos. A
escola de samba é uma agremiação que possui uma organização bem definida
composta
por alas, comissão de frente, mestre sala e porta bandeira, além de ter
um tema e samba enredo que define como serão seus os carros alegóricos e
as fantasias dos integrantes. Além disso, os grupos desfilam e competem
anualmente no período do carnaval, assim
como as escolas do Rio de Janeiro e São Paulo. Já os blocos de samba
são grupos de percussão que podem ter na sua composição fantasias e alas
parecidas com as escolas, mas sem uma estrutura rigorosa. Os blocos
também não participam do concurso. A essência
é a orquestração do samba.
Conheça um pouco mais sobre os homenageados do Carnaval do Recife 2019:
Belo Xis – Com
71 anos de idade, Antônio José de Santana, mais conhecido como Belo
Xis, é bamba de nascença. Filho de pai e mãe de sambistas, cresceu
entre rodas de samba intermináveis no quintal de casa. Chegou a ser
jogador de futebol profissional, mudou-se para o Rio de Janeiro e passou
por grandes clubes, como Santa Cruz, Sport, Vasco e Madureira. E quanto
mais longe de casa estava, mais perto do samba
chegava. Na Cidade Maravilhosa, conheceu e gravou com grandes sambistas
como Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Leci Brandão e Neguinho da Beija
Flor. Lançou cinco LPs e sete CDs. E ganhou cadeira cativa na ala de
compositores da Mocidade Independente de Padre
Miguel. Mas seu coração é da Gigantes do Samba e ninguém tasca. Há 45
anos, é compositor e intérprete da escola, na Bomba do Hemetério, que
escolheu para pouso e morada de seu coração sambista.
Gerlane Lops – Cantora
e percussionista, Gerlane Lops descobriu a música cedo. Aos quatro anos
de idade, já cantava no coral infantil Catavento.
Mais tarde, decidiu rimar talento, prazer e vocação com formação. Sem
soltar o microfone, estudou canto no Conservatório Pernambucano de
Música e cursou Licenciatura em Música pela Universidade Federal de
Pernambuco. Paralelamente, manteve uma intensa carreira
nos palcos, com três CDS e um DVDs gravados e incontáveis apresentações
no Recife e em diversas outras capitais do Nordeste e do País. Em mais
de duas décadas de muito samba, já venceu vários concursos musicais,
embalou muitas multidões e, aos 44 anos de idade,
consagrou-se um dos principais sinônimos de samba no Recife.
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