Prefeito nomeia interventor para empresa responsável pelo lixo do Paulista
O prefeito do Paulista, Junior Matuto, decidiu nomear um
interventor para assumir o comando da empresa da Parceria-Publico-Privada responsável
pela limpeza urbana da cidade. A decisão, que está embasada na Lei das PPPs, leva
em consideração a má qualidade do serviço prestado pelo ente privado à
população. O decreto que oficializa a medida foi publicado nesta semana no
Diário Oficial dos Municípios.
Na prática, o que muda a partir de agora é que o poder
público municipal passa a chefiar as ações de limpeza urbana na cidade. Essa
tarefa será capitaneada pelo engenheiro civil Benard Torres, de 63 anos. Com
larga experiência na gestão de contratos, inclusive, de PPPs, ele terá
a missão de fazer um diagnóstico sobre a real situação da empresa e identificar
por quais motivos o ente privado não estava cumprindo o que estava previsto na
parceria.
A expectativa é de que alguns serviços que não estavam sendo
realizados pela empresa sejam retomados nos próximos dias, a exemplo da capinação,
varrição e pintura de meio-fio. “É bom deixar claro que durante este período da
intervenção, o trabalho de coleta de lixo não sofrerá nenhum tipo de
interrupção. Na verdade o que estamos querendo é melhorar o serviço prestado,
trazendo de volta o que não estava acontecendo”, revelou o secretário de
Infraestrutura, Serviços Públicos e Meio Ambiente do Paulista, Tiago Magalhães.
Há mais de um ano, a Prefeitura do Paulista e a empresa I9
Paulista Gestão de Resíduos S/A estavam discutindo os valores do contrato para
o trabalhado da limpeza urbana da cidade. Atualmente, o município arca com um custo
mensal de R$ 2,5 milhões para a manutenção do serviço. Na visão da prefeitura, o
valor pactuado na PPP seria suficiente para a execução contrato, o que não
vinha sendo feito a contento.
Não à toa, a gestão municipal chegou a notificar por diversas
vezes a empresa a fim de cobrar providências em relação ao serviço prestado à população.
Só nos últimos meses, foram 35 autos de infração e 29 multas aplicadas. Elas
levam em conta casos como de queima de coleta, ou seja, quando o caminhão
compactador deixa de passar numa determinada via e o lixo não é recolhido.
Como não se chegou a um acordo, o município decidiu levar a
situação aos órgãos de controle como o Tribunal de Contas do Estado e
Ministério Público. “Todos os passos que estamos dando estão embasados na
legislação e de acordo com pareceres dos órgãos que consultamos. Não estamos
adotando essa medida para achar culpados, pelo contrário, queremos uma solução
para o problema do lixo na nossa cidade. O que a população quer é a cidade
limpa e bem cuidada. E é isso que vamos garantir”, argumentou o prefeito Junior
Matuto, que visitou a empresa na manhã desta sexta-feira (08) para conversar
com os funcionários.
O interventor nomeado pelo prefeito, Benard Torres, explicou
que ao longo dos próximos 180 dias vai traçar um verdadeiro raio-X da empresa.
Ele disse que a meta é identificar os gargalos para buscar uma solução. “Essa é
uma situação nova para muita gente, mas é bom deixar bem claro que a Lei da PPP
permite esse tipo de intervenção. Isso é uma situação normal, que inclusive, já
estava prevista em contrato. Então, o que vamos priorizar é a manutenção dos
serviços já realizados com o acréscimo do que não estava sendo feito”, revelou,
adiantando que a limpeza urbana deve ganhar um reforço de pessoal nos próximos
dias.
A PPP do lixo celebrada entre a Prefeitura do Paulista e a I9
Paulista Gestão de Resíduos S/A foi selada em 2013 e é uma das primeiras da
região Nordeste.
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