Açude do Xaréu verte em Fernando de Noronha e garante abastecimento na ilha
Já
no comecinho de abril, as chuvas dão sinais de que serão mais generosas
este ano. Em Fernando de Noronha, em apenas um dia – nesta quarta-feira
(3) - o volume de chuvas acima do esperado levou o Açude do Xaréu a
atingir sua capacidade máxima de acumulação e verter, fato que não
ocorria desde 2017. Na semana passada, o manancial estava com 85% da sua
capacidade. Esse reservatório é a principal fonte hídrica para
abastecimento na ilha e responsável por 65% da água distribuída para a
população de Noronha. Com cerca de 411 mil metros cúbicos de água
armazenados, o Xaréu garante a disponibilidade de água para a ilha por mais de um ano, aproximadamente, mesmo que não chova mais.
A
quadra chuvosa, iniciada neste mês, deixou os técnicos da Companhia
Pernambucana de Saneamento (Compesa) mais tranquilos e otimistas, tendo
em vista que, no ano passado, embora tenha ocorrido chuvas, o Xaréu não
chegou a ‘sangrar’. De toda forma, a Compesa esclarece que ainda não é
possível ainda melhorar a distribuição de água para os moradores por
meio do açude, pois a companhia já realiza a captação do volume máximo
permitido no Xaréu. “Se explorarmos mais do que já fazemos hoje, podemos
secar o açude muito mais rápido, comprometendo a preservação desse
manancial e também o atendimento da população em períodos posteriores.
Além disso, o sistema de tratamento de água do Xaréu foi dimensionado
para operar com o volume o máximo que é permitido ser retirado do
açude”, explica Bruno Eduardo Gonçalves, gerente de Unidade de Negócios
da Compesa.
De
acordo com o gerente, além do tratamento realizado na água proveniente
do Açude do Xaréu, o abastecimento é complementado com a produção gerada
pelo sistema de dessalinização e uma pequena contribuição de alguns
poços. Para reduzir, de forma definitiva, o calendário de abastecimento
praticado em Fernando de Noronha, que hoje é de um dia com água para
sete dias sem, a alternativa estudada pela Compesa é a ampliação da
capacidade do Sistema de Dessalinização da água do mar – que hoje já é o
maior utilizado no Brasil para abastecimento humano. A companhia já
elaborou o projeto, no valor de R$ 22 milhões, e está em busca de órgãos
financiadores para captar recursos que possibilitem executar as obras.
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