Compesa recupera dez mil achados arqueológicos no Sítio Histórico de Olinda
Os estudos arqueológicos preventivos e o acompanhamento cuidadoso das escavações ao longo da obra de melhoria do abastecimento de água executada pela Compesa no Sítio Histórico de Olinda, já permitiram salvaguardar cerca de 10 mil artefatos. Os materiais resgatados durante a execução do Olinda + Água nessa área pertencem à União e foram entregues ao Laboratório e Museu de Arqueologia da Universidade Católica de Pernambuco, na última sexta-feira (22). A universidade realizará a guarda dos artefatos, com segurança e condições de conservação apropriados, inclusive disponibilizando os materiais para futuras pesquisas.
Esse conjunto de achados arqueológicos resgatado mostra como o trabalho feito pela Compesa foi importante para minimizar os impactos da obra e assegurar a preservação do patrimônio histórico onde foi estabelecida a primeira vila em Olinda, a partir de 1535. Foram encontrados, de junho de 2018 até agosto desse ano, fragmentos de louça, cerâmica, cachimbos de caulim, garrafas de vidros manufaturadas, ossadas e metais como pregos, moedas do século 18 e 19, além de projétil de bala de canhão. “O Olinda + Água é uma obra grandiosa e desafiadora em todos os aspectos. Executamos, cuidadosamente, as obras em ruas de 15 bairros para implantar mais de 100 quilômetros de rede. Estamos modernizando o sistema e atuamos no perímetro do Sítio Histórico, área que exige cuidados como escavações manuais, uso de tecnologias e assistência permanente de arqueólogos. Mostramos que é possível fazer um trabalho de engenharia e garantir todo cuidado necessário com o meio ambiente e o patrimônio cultural, preservando nossa memória e história”, pontua a presidente da Compesa, Manuela Marinho.
Boa parte dos materiais foi coletada nos bairros do Monte, Bonsucesso, Guadalupe e Amparo. Na Rua Saldanha Marinho, ao lado da Academia Santa Gertrudes, a equipe de arqueólogos encontrou a maior quantidade de artefatos. Todos os achados passaram por limpeza, organização por tipologia e acondicionamento, pesquisas de laboratório e análises, antes de serem entregues a universidade, sob a coordenação da professora e doutora Roberta Richard Pinto. “Foi extraordinária a quantidade de vestígios encontrados durante a obra da Compesa. Vai ajudar a compor lacunas no campo teórico da história e da arqueologia. A obra da Compesa serviu para que os pesquisadores possam se georreferenciar dentro do Sítio Histórico de Olinda. Esse trabalho vai gerar frutos”, informa a arqueóloga Gleyce Lopes.
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